A todos os agentes e operadores de AL
Como é do conhecimento público, têm saído nos últimos meses inúmeras notícias em vários órgãos da comunicação social, sobretudo na imprensa escrita, que são lesivas dos interesses do alojamento
local e que dão uma imagem muito distorcida da realidade, mas que passam para a opinião pública como verdades incontestáveis e que têm tido eco junto das populações locais, em particular em
Lisboa.
Esta situação deu azo ao aparecimento de movimentos de cidadãos que apelam ao Governo e à Câmara Municipal de Lisboa no sentido de tomarem medidas, que a serem implementadas poderão ter
consequências muito negativas para o sector do turismo em geral e do Alojamento Local em particular.
Com raras e honrosas exceções, essas notícias que têm vindo a público, apenas se referem aos efeitos negativos do turismo sobre as cidades e sobre os seus habitantes, sem chamar à atenção para os
muitos efeitos positivos associados ao AL, senão vejamos:
De facto, é hoje consensual, pelo menos entre nós, que o AL:
Tem contribuído para a revitalização das zonas históricas das cidades, com particular relevância nas cidades de Lisboa e do Porto, recuperando casas que antes estavam em ruína, abandonadas e ou
devolutas e ao fazê-lo permitiu que muitas empresas de construção se mantivesses em atividade;
Contribuiu para a diminuição do sentimento de insegurança que existia em muitas zonas das cidades como Lisboa e o Porto, sendo responsável pela diminuição da criminalidade e de problemas
associados ao tráfico e consumo de estupefacientes que encontravam abrigo nos edifícios vazios que existiam nesses bairros;
Não é o único ou o principal responsável pelo aumento do valor das rendas nos bairros históricos de Lisboa, o qual resulta, como em qualquer outro lado do Mundo, de factores externos, como a
situação económica e financeira quer a nível nacional quer a nível internacional, ou das oscilações do mercado imobiliário, resultantes da procura e da oferta;
Não é responsável pelo desertificação das zonas históricas das cidades e pela expulsão dos seus habitantes autóctones, pois os últimos sensos da população, em particular na cidade de Lisboa,
demonstram que essa desertificação é um processo que já vem de trás, muito antes sequer do AL existir, e que tem outras causas económicas e sociais;
Que, pelo contrário, o AL contribuiu para atrair novas pessoas a essas zonas da cidade, a trazer uma nova vida e animação a bairros cuja população era constituída maioritariamente por
idosos;
Contribuiu para a revitalização dos negócios locais, como os restaurantes e os bares, que antes estavam vazios e que agora têm novos clientes, para o reaparecimento de novas lojas que antes
estavam fechadas ou em vias de fechar, e que ganharam novo dinamismo, atraíram novas pessoas e novos projetos, fizeram ressurgir os pequenos supermercados de bairro que antes estavam condenados
pelo aparecimento dos grandes superfícies comerciais construídas nas periferias das cidades;
Ajudou a que muitas das empresas de construção civil não tivessem de fechar as suas portas devido às obras de recuperação feitas em muitos dos estabelecimentos de alojamento local;
Constitui um factor adicional para a atratividade das cidades e que muito tem contribuído para o sucesso que o turismo nelas tem tido;
Contribuiu para o aumento das receitas fiscais do Estado, quer ao nível da Administração Central quer também ao nível da Administração Local, trazendo para a legalidade uma realidade que antes
era exercida ilegalmente e que não pagava impostos, quer através das suas contribuições em sede de IRS, IRC e IVA que pagam, quer ainda através das taxas turísticas que também pagam, como
acontece em Lisboa;
É um sector que ajudou a combater o desemprego no nosso país, não apenas pelos empregos diretos que criou como pelos empregos indiretos que ajudou a criar, já para não falar das pessoas que
estavam desempregadas e que investiram no AL as suas economias para assim criarem os seus próprios negócios e ajudar a sustentar as suas famílias;
O AL tem uma forma muito particular de receber os turistas que é completamente diferente daquela que caracteriza o serviço prestado na hotelaria, pois em muitos caso partilha a sua casa com os
turistas, serve-lhes de cicerones, e em muitos casos são os amigos portugueses que lhes mostram a cidade e que lhes dão a conhecer os costumes dos portugueses e que estão bem expressos nas
reviews que fazem quando regressam aos seus países.
O AL tem sido um exemplo pela qualidade dos produtos e dos serviços que presta, o que tem sido reconhecido pelos diversos prémios nacionais e internacionais que foram atribuídos a
estabelecimentos um pouco por todo o pais, não apenas pela qualidade das suas instalações mas dos projetos de recuperação urbanística que encetaram.
Tudo isto é do conhecimento de todos aqueles que estão ligados ao sector do alojamento turístico e, em particular, ao AL mas infelizmente estes factos não são do conhecimento do público em geral
e por isso essa imagem não tem passado para fora dos nossos círculos.
Se isto já não fosse suficiente, constatámos que o relativo sucesso que o AL tem suscitado, em particular em Lisboa e no Porto, alguns receios, provavelmente infundados da hotelaria tradicional
que vê no AL uma ameaça à sua rentabilidade futura.
Como corolário de tudo o que já foi dito, sabemos que a Secretaria de Estado do Turismo está a preparar este ano uma alteração legislativa, a que eufemisticamente chamam aperfeiçoamento da
legislação, e que, por ainda não ser claro onde irá intervir, é fonte de apreensão para todos aqueles que investiram no AL em Portugal.
Este assunto tem sido discutido inúmeras vezes, em fóruns especializados dedicados ao AL e foi sugerido que o Alojamento Local não pode ficar quieto à espera que os outros resolvam os seus
problemas.
Nesse sentido, foi proposto que se lançasse uma campanha junto dos meios de comunicação social e nas redes sociais para fazer para alterar a percepção que as publico em geral tem do AL.
Uma das propostas que foi apresentada nesse sentido, foi a produção de um vídeo promocional do AL que acentuasse as suas virtudes e desse a conhecer aos cidadãos em geral em que consiste o AL, o
que o distingue das outras formas de alojamento mais tradicionais, os muitos casos de sucesso que existem um pouco por todo o país, em particular no que respeita à sua contribuição para a
revitalização urbana e para o aumento da qualidade de vida dos cidadãos residentes e do comércio local entre muitos outros aspectos.
Porque entendemos que não podemos esperar que outros façam este trabalho por nós, e porque o AL Esclarecimentos é um dos fóruns mais representativos nas redes sociais do sector, decidimos assumir
a responsabilidade de produzir e realizar este vídeo ou conjunto vídeos sobre o que é o AL nas suas diversas modalidades e vertentes, e tentar que o(s) mesmo(s) se torne(m) viral(ais) nas redes
sociais e nos media.
Os promotores desta ideia não têm no entanto por si só os recursos financeiros necessários para concretizar este objectivo.
Por essa razão, vimos apelar a todos os operadores e agentes do AL e a todos aqueles que quiserem participar neste projeto, que contribuam na medida das suas possibilidades para ajudar a tornar
esta iniciativa numa realidade.
Para lhe dar corpo, vamos lançar um projeto de Crowd Funding, para assim angariar os fundos necessários ao financiamento e realização dessa campanha.
Apelamos assim à vossa participação, da maneira que mais convier a cada um, e quem não puder participar com dinheiro, poderá contribuir com ideias, com trabalho na divulgação desta iniciativa e
na angariação de apoios institucionais de patronos que nos queiram ajudar, de utilizarem os vossos conhecimentos junto dos meios de comunicação social, e ainda, como não podia deixar de ser, na
divulgação massiva do vídeo através das redes sociais.
Lançaremos mão de uma ferramenta através da qual será feita a recolha de fundos.
Atempadamente divulgaremos aqui o endereço.
Contamos convosco para apoiar esta nossa iniciativa em defesa dos interesses do AL que, em última análise são também coincidentes com os nossos próprios interesses.
Obrigado de antemão a todos os que quiserem ou puderem ajudar.